Yo, Você, We: Minhas experiências com o amor


Essa obra lança como escritora a guarulhense Yve de Oliveria, que, ousadamente, embrenha-se em projetos que a provoque intelectualmente.
É fotógrafa, comunicadora, criadora do site “Lugar de fala” (endereço ao final dessa publicação). 

No Instagram, faz as “Lives de segunda”, miniprograma com transmissão ao vivo de diversos temas qual situa seus seguidores nos assuntos do momento. 
Já entrevistou e mediou eventos literários com participações de artistas e intelectuais como: Dado Villa-Lobos, Marcelo Janeci, Daniela Mercury, Leandro Karnal, Daiana Garbin, Tico Santa Cruz, Karina Bhur, Antonio Skarmeta, entre outros. 
Yo, Você, We: minhas experiências com o amor é um livro de poesias publicado de forma independente e devo destacar o capricho e cuidado que foram dispensados para a arte e diagramação, desde a escolha das fotos até a disposição das cores, proporcionando ao leitor momentos agradáveis ao ler. 
Fazendo da narrativa uma biografia amorosa no estilo poético, a autora relata seus últimos relacionamentos e deixa perceptível ao leitor a cronologia em que contém: a não aceitação, o luto, a aceitação e a autoanálise pós-aceitação.
E como isso se dá?
No poema “De verdade” a autora descreve seu amor, como se explicasse o porquê o tem e, na mesma medida, apresenta “Agapefobia” em que diz ter medo desse amor. O amor que assusta. Que dá medo. De não ser o que se espera. 
Então é apresentado ao leitor “Um gato” que, astuto e boêmio - como todo gato - é desconfiado, indiferente e esnobe. 
Seria uma espécie de: apresento o amor e tenho medo desse amor. Mas como posso, então, querer que o outro confie e acredite? 
É nesse sentido que o livro organiza essa ordem com os poemas, onde o leitor pode identificar nesse tempo a cronologia dos fatos e a disposição desse amor relatado pela autora. 
E, seguindo, vemos “Despertar”, “Entre nuvens” e “Amar é ser mais”. Neles, percebemos que no decorrer, digamos, dessa cronologia, a autora vai se desvencilhando do amor causador de medos e apegos, o verdadeiro Ágape do ponto de vista bíblico – o amor profundo.
Nesse momento da leitura já é possível perceber o novo amor nascendo.
Em “Sua”, “O infinito está atrás dos olhos” e “Dois sóis”, aborda-se, novamente, o protagonista dessa obra. Haja vista a euforia, o entusiasmo e o viço visto nesse protagonista – o amor – que revisita “Joy”, “Fique um pouco mais” e “Expectativa”.
Abro um parêntese para “7 de Julho” (dia em que Cazuza, o poeta romântico, partiu e nos deixou).
Do desentendimento de “Babel” até “A esfinge”, vemos o amor de outrora se esvaindo e se abrindo novamente no “Despertar do Narciso”. E mais um “Intervalo”...
Percebe-se um período limítrofe entre o amor que chega e o amor que vai. Nesse intervalo fica estampado o período conturbado que o amor na sua forma melancólica carrega, que é o período de dores, despedidas, desapegos, ou seja, o amor que na plenitude não existiu.
Em “Máscaras”, “Dilema” e “Poetizando o cansaço”, já é possível perceber que o amor contido em todo o processo, torna-se pesado, incômodo e, de fato, um fardo. Nesse período de “In catarse” a busca pelo espaço, e o espaço na sua forma mais ampla, e no melhor sentido da palavra - E S P A Ç O- , define, então, um amor sufocante e volumoso no que se refere ao que estorva, atrapalha, incomoda.
Nesse viés, a autora segue nos mostrando o quão pesado e cansativo era aquele amor até chegar à sua plena definição de “Mindfullness”, que para mim, mera leitora, destaca a plenitude de sua mente quando consegue entrar em um silêncio profundo e aniquilar medos e insatisfações.
É nessa cronologia que podemos perceber o desapego, a “falsa sensação” de liberdade e o discreto arrependimento.
Arrependimento?
Sim!
Aquele de quem ainda quer aquele amor, que pede para voltar, que ouve o não e que não se dá por vencido até que seja dado o comando ao coração – e ao cérebro – de que se trata de um “Game Over”. 
Uauu, isso é muito definitivo!
Mas o que é definitivo nessa vida? Um Game Over? Era apenas um outro idioma, a diferença contida em “Vênus em Virgem” qual a estampa endossa a máxima de que a hora é agora, e que a desintoxicação acontece em “Outro dia” estando pronta para recomeçar.
O livro “Yo, Você, We: Minhas experiências com o amor” está à venda no site da Amazon, mas você pode baixar um exemplar gratuito, no site da autora: ⇨ Lugar de Fala


OLIVEIRA, Yve. Yo, Você, We: Minhas experiências com o amor. Guarulhos/SP: 1ª edição, 2019, 104 p. ISBN: 978-85-7138-141-4





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