Tempo-Memória na Educação



BAPTISTA, Ana Maria Haddad; ROGGERO, Rosemary (organizadores) Tempo-Memória na Educação. São Paulo: BT Acadêmica, 2014. 1ª edição. 284 pp. (Escritos Acadêmicos). Sandra Delmonte Gallego Honda Mestranda no Programa de Mestrado Profissional em Gestão e Práticas Pedagógicas – PROGEPE/Uninove 

sandra.delmonte29@gmail.com 


Tempo-Memória na Educação, qual dá o título para essa obra distribuída em quinze capítulos, é uma das disciplinas oferecida aos Programas de Pós Graduação, stricto sensu em Educação (PPGE) e em Gestão e Práticas Pedagógicas (PROGEPE) da Universidade Nove de Julho/UNINOVE. Organizado pelas Profª Drª Ana Maria Haddad Baptista e Profª Drª Rosemary Roggero, ambas as pesquisadoras da mesma universidade. Conta com a participação de convidados, mestrandos e doutorandos do programa da referida disciplina ao longo do primeiro semestre de 2013.

Três eixos, em especial, simultaneamente, direcionam a disciplina Tempo-Memória na Educação, sendo eles: 1. Um histórico crítico de subjetividade. 2. Conceitos de tempo-memória ao longo da história. 3. As concepções de subjetividade, temporalidade e memória enquanto propositoras de concepção de educação, procurando evidenciar como foi possível a construção do sujeito contemporâneo, isto é, como a subjetividade foi construída desde a Antiguidade Grega.


O conceito de direção das temporalidades é fundamental para a humanidade. Das mais diversas formas o homem absorve o tempo enquanto uma categoria que o define em vários graus. As concepções de tempo-memória de Paulo Freire fundamentaram para a reflexão desta obra no que tange o tempo enquanto uma seta que aponta para um futuro com espaços de indeterminação, o que vai ao encontro do ser inconcluso proposto por ele.

No primeiro capítulo “Memória, Geografia & Cartografia: Limites de um universo”, o leitor tem a possibilidade de conhecer as mais diversas formas com que foram feitos e medidos os mapas, de como tudo começou e a história, que, de maneira sutil, traz a memória e os aspectos históricos da cartografia, nos apresentando as várias modificações dos mapas e suas contribuições. Nele o autor pondera o ensino da Geografia apresentado pela maioria dos educadores, em todos os graus de ensino, enquanto uma disciplina praticamente irrelevante, sendo que ela possui outros aspectos que deveriam ser pensados, em especial aqueles que mostram uma importante memória de nosso planeta, entre outras coisas.

Nesse veio de memória da educação, o segundo capítulo “Tempo-Memória na transformação da Educação a Distância no Brasil” traz ao leitor o que bem propõe o título, pontuando as várias transformações que ocorreram no ensino EAD e mostrando os meios de informação e comunicação, como por exemplo: a carta (ou cursos por correspondência), que eram oferecidos por jornais que tinham como foco as pessoas que procuravam por vagas de emprego; o rádio, que passa por três fases sendo que a terceira estende-se até o período da ditadura militar, qual influenciava todos os meios de comunicação do país; a televisão, iniciado na década de 1960 em que o aparelho de televisão era um artigo de luxo e por isso destinado a uma parcela muito pequena das famílias brasileiras. Contudo houve uma proposta de inclusão social de forma a democratizar o acesso à educação e a proposta de ensino pela TV oferecia uma abordagem nova para a mediação de conteúdos com apostilas, livros ilustrados, etc.; e a internet, que na década de 1990 passou a ser a maior rede de computadores do mundo e com isso possibilitando as aulas on line ampliando, também, as salas de aula virtuais para as universidades. Além desses aspectos, o capítulo conta com a contribuição da Legislação Brasileira para a Educação a Distância, bem como as instituições de Ensino Superior e Educação a Distância em que o leitor tem a oportunidade de conhecer os resultados (positivos e negativos) que a EAD traz para o educador e o educando.

Na mesma virtualidade que se encerra o capítulo anterior, inicia-se o terceiro capítulo “Tempo-Memória, Educação e Ciberespaço”. Nele a autora fundamenta a contemporaneidade e a globalização estabelecida no século XX com o historiador Eric Hobsbawn, qual afirma que o século XX deve ser considerado como a era mais extraordinária que um dia a humanidade conheceu. E nesse sentido, ela leva o leitor a “navegar” na era da internet, que hoje é uma gigantesca máquina de contato e de troca de informações elencando todas as suas transformações e seu modo de uso, desde os PC’s até os tablets e smartphones. Nesse veio de memória e educação, apresenta os aspectos gerais do ciberespaço com o fim da datilografia e o início da digitação. Devemos lembrar que na era digital, há quem prefira, ainda, a velha e boa máquina de escrever, exemplo disso é Haroldo de Campos, exemplificado no capítulo da autora. Em suas considerações finais, a autora mostra a possibilidade de inserção da internet e todos os aparatos tecnológicos como uma melhora de ferramenta para educação, e que, a partir do momento que os estudantes possuem uma enorme gama de informações, sugere como melhor estratégia para um educador seria a mudança dos modos tradicionais de ensino para construir um conhecimento em que o discente pudesse participar de maneira ativa.

O quarto capítulo, “Tempo-Memória na Educação: Perspectivas” escrito por Ana Maria Haddad Baptista – organizadora da obra- vem elucidar o conceito de tempo-memória, salientando que o tempo é, acima de qualquer coisa, uma categoria que comporta múltiplos conceitos, às vezes convergentes e às vezes divergentes. Neste capítulo o leitor pode deleitar-se com a Memória na Grécia Arcaica, com destaque de Mnemosyne, a grande deusa da memória, assim também, pode passear pelo Tempo dos Deuses, que nos leva a questões relacionadas à infinitude, posto que os deuses sejam imortais, e nesse contexto, leva ao leitor o conceito de passado e futuro nessa perspectiva. Apresenta-nos uma profunda reflexão de Konstantinos Kaváfis, poeta grego, com o poema “Troianos”. Segue com conceitos de tempo e fluir de Heráclito que defende que no universo nada permanece na imobilidade, que o tempo é algo que irremediavelmente, flui, esvai, passa, carrega, leva, portanto, não pára. Em sua contemplação a Platão, a autora cita o tempo subordinado ao movimento, destacando que as questões que envolvem tempo-memória o legado do pensamento platônico é de uma importância fundamental. Platão nos deixa uma perspectiva de cosmologia em seus famosos diálogos que até hoje tem merecido muitos questionamentos. Neste capítulo, o leitor pode ainda ter uma breve explanação de Idade Média e Eternidade, Tempo e Espaço Absoluto e Modernidade e Tempo Qualitativo e, por fim, Duração, onde é colocada concepção bergsoniana de tempo qualitativo e duração, qual trouxe para a educação conceitos de liberdade, indeterminação e imprevisibilidade bastante úteis para essa área.

No aspecto musical como meio de educação, o quinto capítulo “Tempo-Memória na Música: Educação” traz ao leitor as várias passagens da música pelo tempo e nos leva a transitar livremente entre os diversos ramos da árvore do conhecimento, fazendo que dentro de nosso entendimento possa ser uma forma de prática de interdisciplinaridade. Nele, a autora nos apresenta a música nos Tempos Antigos e a dos Tempos Bíblicos, a música nos tempos da Antiguidade Grega, nos tempos da Idade Média, no tempo do Renascimento até chegarmos aos Tempos Modernos, destacando o tempo e a memória na música, ponderando os legados deixados das gerações antigas para as futuras gerações e assim por diante, encerrando com a letra de uma canção cigana húngara de autoria anônima.

Partindo para a área de exatas, no sexto capítulo “Mecanismos da Memória sob o ponto de vista da Educação e da Educação Matemática” os autores abordam aspectos que descrevem as divisões da memória, como por exemplo, a memória de curta duração, a memória imediata e memória de longa duração, bem como suas funções na aprendizagem. Pontuam doenças degenerativas e psicológicas que interferem diretamente na aprendizagem. A questão da memorização, como a depressão, por exemplo, em que ocorre um caso de amnésia, atacando principalmente as memórias boas e a doença de Alzheimer, sendo esta a que mais afeta em maior grau as pessoas menos intelectualizadas, pois as pessoas mais intelectualizadas dispõem de memórias mais ricas e que foram exercitadas ao longo do tempo, segundo os autores.

Nesse capítulo, o leitor conta, ainda, com a elucidação dos conceitos de Memória e Educação - onde é destacada a importância do processo de repetição como método mais adequado para a melhora da memória-; Educação e Aprendizado – tendo destaque as três fases para concretização da memorização (codificação, formação e consolidação, evocação e recuperação)-; encerrando com o Processo de Ensino e Aprendizagem na Educação Matemática, em que os autores dialogando com Piaget e Vygotsky estabelecem conceitos sobre a aprendizagem e os resultados obtidos através da matemática por bebês e crianças. Neste, levantam a questão de como a matemática é ensinada, entre outros, como possíveis suposições que respondam o baixo aproveitamento em matemática escolar ao que se espera.

Voltando para a música como método de ensino, no sétimo capítulo “O Tempo-Memória na Prática: Revisitando a Canção ‘Felicidade’”, a autora traz o objetivo de delinear o sentimento aflorado no ouvinte ao escutar a melodia nas versões. Destaca o aspecto tempo-memória que dialoga com a canção, uma do compositor Lupicínio Rodrigues e a outra com o cantor Caetano Veloso. Aborda as emoções que são proporcionadas ao ouvi-la. Com o preâmbulo sobre tempo-memória na canção e sobre “memória” na canção, a autora fundamenta através de Foucault para elucidar as cenas que são refletidas na mente do sujeito cada vez que ouve uma canção, com cenas da sua própria realidade, com uma situação ideal ou já vivida. E sobre “tempo” na canção, a autora se fundamenta em Gilles Deleuze, filósofo francês, para abordar questões de duração de tempo e seus conceitos. Fazendo a comparação das letras cantadas, tanto por Lupicínio quanto por Caetano, ela coloca aspectos semânticos e fonéticos-fonológicos para elucidar a diferença entre uma e outra, além de suas temporalidades. Colocar no currículo escolar as diferentes linguagens para a aprendizagem, sendo elas: verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal é uma sugestão da autora finalizando o capítulo.

Assim como no capítulo anterior, tivemos a defesa da música como método de aprendizado, o oitavo capítulo “Tempo-Memória, Literatura e Cinema: Interfaces Sobre Educação” aborda os aspectos do cinema em sala de aula, estabelecendo um diálogo entre o filósofo francês Gilles Deleuze e o diretor cinematográfico Alain Resnais para esse assunto.

As abordagens colocadas pela autora no que tange a utilização do cinema como veículo de formação educativa e filosófica e o cinema na sala de aula, traz como exemplo o curta de Alan Resnais “Toda a memória do mundo”. Este curta tem apenas 22 minutos de duração e traz aspectos interessantes de filosofia e literatura e com ele a autora destaca sua importância para esse tipo de aprendizagem. Nesse contexto ela aponta o cuidado dos professores não usar filmes em sala de aula como forma de entretenimento, bem como sistematizar em um aluno a concepção de livro e filme, em que muitas falas fazem comparações entre um e outro se esquecendo os aspectos de linguagem.

O nono capítulo “Projeto ‘Memória e Família’: Construindo relações interpessoais entre alunos de 6º ano do ensino fundamental” aborda o aspecto de memória em sala de aula através da leitura e da escrita. Delineia a peculiaridade de alunos do 6º ano com trabalho proposto em sala de aula, onde um é narrador e o outro é escritor, fazendo-se assim presente também a oralidade. Mostrando o trabalho prático do projeto “Memórias em família”, o autor apresenta transcritos de alunos submetidos a reflexões sobre a prática da escrita e a importância da memória. Apresenta ao leitor a análise feita pela equipe de coordenação, os professores de Língua Portuguesa e o pesquisador, sendo que ao final de cada transcrição, dependendo do relato de cada aluno, analisam os aspectos de memória. Essa análise levou o autor à conclusão de que é pela memória imaginativa que redescobrimos e reconstruímos o passado para encontrar os vestígios de tudo aquilo que foi abafado pelo tempo com a finalidade de juntá-los e atribuir-lhes sentidos.

E nesse contexto de histórias de vida, fotos, etc., o décimo capítulo “A minha vida vista do papel” conta com a participação da Escritora Portuguesa Maria Estela Guedes, convidada especialmente para essa coletânea, qual traz para o leitor em forma de memórias a sua trajetória e sua intimidade com as leituras. Nesse aspecto de tempo-memória, ela aborda várias passagens de sua infância e juventude, tempo este em que as leituras de literaturas eram práticas proibidas, tidas somente para os meninos, a ponto de ter que se refugiar para poder se deleitar em um romance. Era posta em apuros quando sua mãe a mandasse ler em voz alta para certifica-se de que não estaria lendo um romance. A autora traz para o leitor a importância da caligrafia em tempos de digitações, e-mails, etc. Tempo esse que uma carta escrita à mão é uma raridade, considerada até mesmo uma forma de poema.

O décimo primeiro capítulo “Educação superior e a lei 10.639/03: Memórias das experiências da Universidade Nove de Julho” tem por objetivo observar como se configura, no ensino superior privado, a aplicabilidade da referida lei, especialmente em cursos de graduação e pós-graduação que, de alguma maneira, contemplam aspectos do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira. Nele os autores contemplam, especialmente, os cursos de Letras, História, Pedagogia e Ciências Sociais da Universidade Nove de Julho, os quais apresentam, de alguma forma, disciplinas direta ou indiretamente vinculadas a algumas das diretrizes previstas na lei em questão. Nesse veio, o capítulo aborda a necessidade da formação de professores aptos a ministrar disciplinas relativas aos temas propostos pela lei em questão. Assim, citando a Universidade Nove de Julho, os autores colocam sua ascensão como exemplo, passando de centro universitário para universidade e o currículo oferecido em graduação e pós-graduação com as disciplinas que contemplem a igualdade étnico-racial.

O décimo segundo capítulo “Memória e identidade: A Biografia como método de pesquisa” escrito pela Profª Drª Rosemary Roggero – organizadora da obra – trata a biografia como aspectos da individualidade e da identidade. Nele a autora norteia a questão da oralidade, a formação do indivíduo e sua identidade no âmbito social e histórico. Neste capítulo o leitor tem um panorama a cerca da oralidade, a qual se vê envolvida como memória e identidade. Dialogando com Ecléa Bosi e Erik Homburger Erikson, a autora coloca diferenças relevantes no ponto de vista dos teóricos a respeito da memória e da identidade, onde de um lado Bosi entende que a memória possui uma substância marcada pela força do tempo social, e por outro lado, não são apenas os processos de memória que importam, mas também a questão da identidade, e nesse âmbito Erikson situa o contexto da juventude e afirma que as relações indivíduo/sociedade se nutrem pela identidade que os indivíduos vão estabelecendo entre si, segundo a autora. No decorrer do capítulo, ela apresenta de forma objetiva outras ponderações, como por exemplo, José Leon Crochik, que não é necessariamente contrária a de Erikson, mas aponta para o que nega a formação de uma identidade e de um indivíduo livre.

Sob essas perspectivas, segundo a autora, parece haver algumas distinções entre as abordagens apresentadas: enquanto para Erikson a identidade é formativa, para Crochik, ela tem se apresentado predominantemente pseudoformativa, porque sob a cultura afirmativa, identidade equivale a tornar-se idêntico, adaptar-se. Adorno e Benjamin contribuem com o capítulo no aspecto das narrativas, oralidades e construções de memórias.

Nesse âmbito de biografia e de memórias, temos o décimo terceiro capítulo “Tempo-Memória em Saramago: um pouco de bergsonismo em pequenas memórias”. Nele a autora faz as concepções de Bergson através de Gilles Deleuze no que tange a memória, lembrança e passado puro. Fazendo ligações com a obra “As pequenas memórias” de José Saramago, ela destaca a questão de tempo, memórias exatas e fatos de infância relatados por ele em sua obra qual serviu de referência para este artigo. A perspectiva de memórias relacionadas ao trauma, é parte integrante desse capítulo que conta ainda com o processo de duração, tempo quantitativo e qualitativo defendidos por Deleuze.

O décimo quarto capítulo “Era uma vez, num lugar, alguém que construía memórias” mostra ao leitor a importância da aproximação das questões ambientais, notadamente aquelas relativas à educação, e à memória enquanto aspectos fundantes da construção do sujeito. Nela a autora defende a tese de que uma criança quando aprende desde cedo a lidar com essas questões, melhor concebe a importância desses atos. Portanto defende não só essa prática na educação, mas sobretudo na educação infantil. Com pontuações relativas à memória ela destaca um subcapítulo “Nossas histórias, nossas memórias, nós” no qual explana a questão dessa obrigatoriedade da educação ambiental no ensino brasileiro, como tema transversal, que surge como estratégia possível para o redirecionamento da educação rumo a um viver mais equilibrado e responsável.

O décimo quinto, e último, capítulo “Lições do passado e perspectivas para o futuro” desenvolvido pelo convidado para esta coletânea, Professor Ubiratan D’ambrósio, Doutor em Matemática/USP, é uma elaboração e atualização de uma conferência que ele fez há cerca de quinze anos, no VI Encontro Nacional de Educação Matemática em São Leopoldo, RS sob o tema “Relações entre Matemática e Educação Matemática: lições do passado e perspectivas para o futuro”. Nele o autor faz provocações aos educadores da atualidade com o que se espera para o futuro, alegando que ninguém contesta que a evolução da espécie humana está marcada por sistemas de explicações, de predições, de organizações e de técnicas para se lidar com o ambiente natural e social, como justificativa para este trabalho.

“Lições do passado” neste contexto são as formas como professores ainda ensinam a matemática e as “perspectivas para o futuro” é a sugestão dele para que o professor se atualize, já que os contextos culturais tendem a evoluir, e essa evolução é denominada Programa Etnomatemática (estuda as artes técnicas desenvolvidas por grupos culturalmente identificados para explicar, entender e lidar com fatos e fenômenos). Portanto a evolução e a atualização devam andar em conjunto, discutindo a necessidade de preparo do professor para participar dessas transformações e para se aventurar no novo, do que repetir o velho, muitas vezes inútil e desinteressante, segundo ele. O professor que acredita que sua função é passar informação, ensinar algo, repetir conhecimentos feitos e congelados, e cobrar aquilo que ensinou, está com os dias contados, pondera.

O autor termina o capítulo com uma proposta: a de um currículo organizado como um novo trivium, organizado como o ensino crítico de instrumentos comunicativos, analíticos e materiais. Propostas já discutidas em outras obras.

Uma conclusão sintética dessa obra é a visão do professor perante o aluno, as perspectivas de ensino/aprendizagem e a abordagem de cada um deles. O tempo-memória na educação faz com que o educando, por sua vez, tenha em mente a necessidade da renovação e da atualização. Trata-se de uma obra muito importante para cursos relacionados à Educação, sobretudo na formação de professores. Com essa ponderação, termino esse texto com uma citação da Profª Drª Ana Maria Haddad Baptista:

O verdadeiro Educador se faz ao longo das temporalidades e memórias dos mais diversos graus. O educador acrescenta a cada instante, a cada momento, a cada etapa do processo educacional, a sua própria experiência-vivência ao se colocar na prática. E desta maneira, sensibilidade e coragem deve se tornar cada vez mais fortes, instigantes e desafiadoras. E tal processo jamais se conclui, se pensarmos que tempo-memória é um processo sempre em permanente construção. Parece-nos que a humanidade jamais pode escapar de algumas condições impostas pelo tempo. Há fatos e acontecimentos externos a nós que são inelutáveis, quase indeterminados. O rio que seca. A suavidade de uma brisa. Um cavalo que morre acidentalmente. Contudo, em espaços de indeterminação temporais cabe a inventividade, a criatividade. O esforço ou a suavização de miserabilidades humanas e inumanas.









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